A Descoberta da Propriedade Privada e uma Possível Ameaça (PÁG 8)

Tantas coisas invadiam meus pensamentos, e o fim de semana passou tão rápido que a semana chegou e eu tinha que ir para a escola.
Refiz o caminho para escola como todos os dias, vi as mesmas pessoas dentro dos mesmos horários e tudo parecia normal.
Me sentei em minha carteira sentindo um pouco de sono. A aula era de biologia. A medida que a explicação era ditada os meus olhos se fechavam lentamente, até que meu corpo percebia a ausência de uma maior sustentação e acabava por automaticamente se “assustar”, me assustando também, então meus olhos se abriam.
Tudo o que eu queria era que o recreio chegasse logo. Precisava de novas informações sobre o bosque e nada melhor do que alguém daquela cidade para me fornecer informações novas.
Tinha em mente falar com Alícia, mas de alguma forma ela sempre estava ocupada com o seu grupo de amigas, todas ricas e convencidas, me fazendo perguntar a mim própria como Alicia era diferente das outras.
A minha segunda opção era a Mell, mas às vezes ela estava com a galera do grupo de estudos ou na biblioteca, onde ela era responsável em tomar conta, em alguns dias da semana, fora dos horários de aula.
O sinal bateu e todos rapidamente saiam em direção ao refeitório, felizes por se livrarem da aula de biologia, exceto James, “o Nerd” que era excepcionalmente ligado à essas matérias e tinha uma intelecto incrível, pelo menos era o que diziam.
Me aproximei de Alícia e começamos a conversar, ela me disse ter passado seu fim de semana na casa de uma prima e me perguntou sobre o meu, eu pincelei levemente meu fim de semana e disse ter caminhado e visto o tal bosque. Foi quando a oportunidade não poderia escapar e perguntei o que ela sabia sobre o bosque.
Ela me disse que seria impossível aquele bosque ter registros nos sites da cidade, já que ele era uma propriedade privada muito antiga. E que estava por ser leiloado. E que inclusive o pai de Natália, a amiga de Alicia, pretendia o compra-lo.
Eu fiquei surpresa, eu não sabia o que pensar, já que nunca havia me passado pela cabeça a possibilidade de uma possível ameaça.
Me senti sem chão. Sabia que a qualquer momento eu poderia não mais pisar os meus pés naquele lugar! Lugar único onde eu conseguia me sentir bem naquela cidade. Um sentimento de medo me consumiu e tentei manter o controle para que Alícia não percebesse nada.
Alícia voltou com as suas amigas enquanto eu fui comer alguma coisa no refeitório.
Voltamos à aula e eu não sei o porquê não conseguia me concentrar. Eu não entendia a minha preocupação com aquele Bosque! Eu não queria, mas talvez a curiosidade e abstinência em me sentir bem de alguma forma, me fazia querer o tornar meu. Mas era impossível.
E se aquele Bosque fosse demolido e transformado em uma outra propriedade? E se tudo acabasse antes de eu descobrir o que eu nem ao menos sabia?
Eu tinha que voltar no bosque o antes possível. Eu precisava decifrar o Objeto reluzente. Eu precisava encontrar uma solução rápido!
O tempo parecia correr e minha mente não estava presente naquela sala, só o meu corpo. Eu perdia a gravidade e estava presa, trancada nos meus próprios pensamentos. O Sinal bateu e fui para a casa com a minha mente pensante.
Quando voltarei ao Bosque? O que será aquele Objeto Reluzente? Eu não sei, mas juro que vou descobrir!

Nicole Sullivan
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O Objeto Reluzente e a Fuga (PÁG 7)

Ao abrir os olhos acompanhados de uma visão turva pude ver que a chuva de ontem foi responsável pelos poucos e fracos raios de sol desta manhã, o tempo estava nublado. Acordei com uma certa dificuldade, ainda sentia sono. Embalada pelo ritmo dos meus sonhos, os quais recordei imediatamente, abri a cortina liberando a luz. Voltei para a cama me esforçando para recordar mais detalhes de um sonho que momentaneamente revirava a minha cabeça. Me lembro de folhas ao vento, da noite, de um risco corrido e de uma escolha. Era tudo o que eu conseguia lembrar.
Desci para a cozinha, tomei meu café e subi para o quarto, minhas pesquisas anteriores me forçavam a tomar uma providência mais avançada, então desci as escadas e justifiquei a minha saída como “estar indo à casa de uma amiga”. Eu sei que eu nem tenho um motivo concreto, mas minha decisão em manter o bosque em segredo permanecia.
Finalmente sai de casa com destino ao bosque que não ficava tão longe, mas nem perto dali.
Como sempre o bosque estava sozinho, sem a presença de nenhum ser vivente se quer. Era como se eu não me preocupasse com esse detalhe, eu estava tão sedenta a solucionar este caso que nem se quer me perguntei quanto a algo dar errado.
Passei entre um curto espaço do portão enferrujado e diferente da outra vez, pude visualizar mais do que um balanço, pude explorar mais do que eu imaginava. Pude ver Árvores, muitas folhas secas, um jardim morto, um tipo de “quartinho” muito velho, acho que responsável por pás entre outros instrumentos de jardinagem e algumas frutas secas ao chão. Mas o que mais me chamou a atenção foi um portão pequeno que se encontrava no fim do bosque. Um portão que parecia uma passagem para outro lugar. O cadeado contido no portão bloqueava as minhas expectativas de progresso, já que me limitava obrigatoriamente a não passar daquele ponto.
Para mim, aquelas informações eram de grande tamanho, era a metade da chave que eu precisava para abrir o cadeado e expandir minhas hipóteses.
Devido à luz do sol vi algo reluzindo ao chão, o que imediatamente me chamou a atenção. Eu não fazia idéia do que podia ser, mas absorvia um sentimento estranho e esperançoso a cada passo. Tudo o que eu queria naquele momento era retirar todas as folhas que camuflavam aquele objeto reluzente.
Para o meu desespero, antes que eu me aproximasse, pude escutar alguns passos que cada vez ficavam nítidos, me mostrando que alguém estava chegando perto.
Eu não sabia o que fazer, o nervosismo tomou conta dos meus pensamentos e eu já não sabia mais o que pensar. Era como se eu tivesse levado um banho gelado de um líquido chamado arrependimento.
De alguma forma fui capaz de correr e me deitar atrás de um arbusto, de onde pude visualizar um homem de meia idade, baixo, um pouco acima do peso, de cabelos escuros, coberto com um avental sujo e uma bota de jardinagem. Pude perceber seu olhar desconfiado para todos os lados, talvez ele possa ter ouvido a minha fuga até chegar ao arbusto, mas o que importava era que eu estava salva até então.
Aquele homem direcionou-se ao portão onde tinha por objetivo abrir.
Imediatamente corri para a entrada do bosque que parecia ter se tornado gigante, eu realmente gostaria de verificar o objeto reluzente, mas não tive opção de escolha. Ou era o objeto ou era outro "passaporte" para estar ali novamente.
Finalmente Consegui sair daquele lugar. Com muitas pistas, hipóteses, e cheia de dúvidas fui para a casa, ofegante. Assustada, feliz, bem ou mal, eu não sei dizer ao certo, mas sabia que estava perto de algo que eu também não sabia. Conclui que o bosque não estava abandonado. Quanto ao objeto reluzente, ele me espera. E vou fazer o possível para buscá-lo logo.
Nicole Sullivan




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